Pensando e me lembrando de Trindade agora, tenho a inevitável necessidade de expressar minha sensação ao estar em algumas de suas exuberantes praias. Não se trata de empregar, simplesmente, adjetivos que qualificariam sua aparência. Trindade nos presenteia com redutos de pura paz, vida e aconchego. Eu me sinto abraçada lá. Em um outro post, comentei que as praias de Formentera, na Espanha, são lindas e paradisíacas, mas que não têm esse abraço a que me refiro.
É óbvio que não sou a maior conhecedora de praias do mundo, mas tive o privilégio de estar em algumas realmente belas. E as praias que conheço do Estado do Rio de Janeiro (infelizmente nunca estive em praias de outros estados do Brasil) têm essa capacidade de abraçar uma pessoa. Acreditem!
O que acontece é que a vegetação é realmente deslumbrante. Variedade imensa de folhas, verde vivo, montes e morros ao redor e orlas voluptuosamente recortadas são os fatores que fazem dessas praias um conjunto perfeito de elementos. Ou seja, não é só a água que é bonita e azul. O que está em volta é também um espetáculo.
Este bairro do município de Paraty oferece beleza natural e acolhimento por parte dos habitantes da vila de pescadores, que tiram seu sustento da pesca. São os chamados caiçaras. Atividades derivadas da praia também são exercidas pela população local, como artesanato, comércio e ecoturismo. O trato com os turistas é bastante agradável, de uma maneira simpática e familiar.
Eu já conhecia Trindade de uns anos atrás, quando fui a Paraty pela primeira vez. Tinha na lembrança a beleza e o bem-estar que se sentia ao estar rodeada por toda a natureza reinante. E Trindade não decepcionou. Continua sendo um lugar lindo e cheio de vida.
São oito as praias dali. Infelizmente o tempo foi curto e tive oportunidade apenas de visitar três delas. A primeira foi a Praia do Cepilho, onde tomei um bom drink não alcoólico (também vendem com álcool, mas não estava com vontade) enquanto admirava a paisagem me balançando em uma das redes do Bar que recebe o mesmo nome da praia. Sim, o bar tem mesas e cadeiras, mas também dispõe de redes. Uma delícia!
Já o almoço foi na Praia de Fora, em um restaurante com garçonetes e cozinheira bastante gentis. Pedi lula recheada com queijo e o prato, além de matar a fome, agradou muito o sentido da visão.
Depois de comer, a intenção era ir à Praia do Cachadaço, onde eu pretendia me banhar nas suas piscinas naturais. Mas, infelizmente, não sobrou tempo. Para se chegar até lá, faz-se uma trilha um tanto quanto comprida. E como era inverno e os dias mais curtos do que o normal, foi mais prudente ir só até a Praia do Meio. Caso contrário, teria certamente um perrengue para contar sobre essa trilha feita no escuro. Ei! Até que não seria mau! Estou brincando. Nunca vou atrás de perrengues. Se conto alguns deles aqui no blog é porque eles é que foram atrás de mim. Esta é a lei.
E assim terminou o agradável dia em Trindade.
E pensar que, na década de 70, uma empresa multinacional pressionou os caiçaras para que deixassem o lugar que seria, então, cenário para construção de um condomínio de luxo. Se não fosse a capacidade de mobilização do povo de Trindade, a bela paisagem natural estaria modificada de um modo que seu acesso estaria permitido somente àqueles com alto poder aquisitivo. Nada contra quem é rico. Principalmente porque, quem é rico ou rica pode ir tranquilamente a Trindade do mesmo jeito. Ou vão me dizer que não?
Que Trindade continue abraçando a todos nós!
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