
Ei! Alguém aí?! Em Loch Ness.
Quando eu era criança, o meu dinossauro preferido era o plesiossauro. Meu irmão e eu tínhamos uma enciclopédia de História Natural onde havia uma ilustração desse animal gigante, verde, com pescoço comprido, patas de nadadeiras e boca cheia de dentes pontiagudos que me causava um misto de admiração e medo. Já me disseram que ele não é exatamente um dinossauro, ou seja, não se encaixa nessa definição, mas tudo bem. Para mim, é dinossauro sim. Dino significa terrível. Sauro quer dizer lagarto. Vai me dizer que o plesiossauro é um fofo? Não. Então é dinossauro e pronto. Humpf!
Acabei me lembrando dele porque soube, através da página de busca do Google, que ontem fizeram 81 anos que estão procurando o monstro do Lago Ness. (Post escrito em 22 de abril de 2015.) E me lembro que, quando soube da existência desse monstro, ou melhor, quando soube da existência da busca por esse monstro, através da revista Superinteressante onde figurava a famosa foto da suposta criatura, eu pensei: “Hummm… Parece um plesiossauro.” Eu tinha uns 6 anos de idade e não estava acostumada com as falcatruas deste mundo. Achei logo que podia ser sim um plesiossauro. Ou, se não fosse, sem dúvida alguma era um bicho bem grande. Mas que a foto era verdadeira, era! Acho que eu queria me enganar. O que me consola é que eu não sou a única. Até hoje tem gente procurando esse bicho.
Confesso que quando soube que a excursão pela Escócia que eu estava prestes a fazer passaria por Loch Ness, senti uma alegria pululante. Sou boba assim mesmo. A iminência de estar em lugares os quais eu conheço há tempos através de livros ou documentários sempre me causa certa ansiedade. E assim foi. Logo no final do primeiro dia da excursão, passamos pelo lago, em uma visita rápida. O albergue onde nos hospedaríamos ficava ali por perto, então era caminho. Depois voltamos com mais calma no dia seguinte.
O Lago ou Loch Ness (loch é lago em gaélico) está deitado em berço esplêndido numa falha geológica nas Highlands da Escócia. Provavelmente é de origem glacial, ou seja, formado pelo derretimento de geleiras. Tem 37 km de comprimento e uma profundidade que pode chegar a 226 metros. Sim, acho que cabe um monstro ali. Ou melhor, um plesiossauro!

Oh! Quem eu encontro no National History Museum?
Aliás, quando tive o prazer de conhecer Londres, fiz uma visita ao Museu Nacional de História Natural da cidade, famosíssimo. E quem eu encontro por lá? O Plêssi amigão! Ali estava, em uma parede, a representação dos fósseis desse animal. Foi então que fiquei sabendo que sua descobridora foi uma mulher, a Mary Anning, uma paleontóloga inglesa do século XIX. Mary foi uma colecionadora de fósseis e suas observações contribuíram muito para a história da ciência, tendo sido consultada sobre muitas questões pertinentes a esse assunto. No entanto, por ser mulher, não era elegível para integrar a Geological Society of London. Uma terrível injustiça. Uma “dino-injustiça”!
Eu não sei esses caçadores de monstros, mas eu já me satisfiz. Embora o (im)possível monstro e o Lago não tenham nada a ver com o plesiossauro, eu estive às margens de Loch Ness na Escócia e estive diante de um “esqueleto” de plesiosauro, em Londres. Missão cumprida para mim!

Ih, apareceu! Não, esta sou eu, em Loch Ness.
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Meu querido irmão, Daniel (https://celtitude.wordpress.com/), me enviou a imagem da ilustração do plesiossauro a qual menciono na história acima. Uma graça, não é, gente? O meu irmão, lógico! Porque esta criatura verde é horripilante, isso sim.
Meu irmão me enviou também todos os dados da imagem. Aqui estão:
Obrigada, Daniel! Enriqueceu a nossa lembrança e o post!
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Que linda história! Adorei! Bjs!
Realmente a ordem dos plesiossauros é outra diferente da que compõem os dinossauros. Só o que têm em comum é o fato de serem répteis e terem vivido durante a era mesozóica. Inclusive os crocodilianos, as aves e mesmo os pterossauros (ranforrincos, pteranodontes, pterodáctilos…) estão geneticamente mais próximos dos dinossauros que os plesiosauros. A ordem dos plesiosauros inclui, por exemplo, gêneros como o Elasmosaurus e o próprio Plesiosaurus, que deu nome ao grupo.