Minha segunda ida ao País Basco, em novembro de 2013, foi ótima! Foi super tranquila a viagem, de carona com as duas amigas madrilenhas que conheci na excursão à Grécia. Só teve engarrafamento no início. Mas para mim isso é fichinha. Nada comparado à Ponte ou à Avenida Brasil.
Chegando ao nosso destino, quase que imediatamente nossos amigos bascos nos serviram um pão delicioso e jamón serrano que também estava muito gostoso. E vinho tinto, que agora eu tomo. :) Isso enquanto o Joaquín de Madri não chegava com a sua nova namorada, a Ana. Quando eles chegaram, a Ramona e o Joaquín basco, os anfitriões, nos serviram tzaltziki, que é um molho grego, e salada grega com queijo feta, em homenagem a quando nos conhecemos. (Falando nisso, conto como nos conhecemos aqui.)
Depois vieram as croquetas, que são típicas de qualquer lugar da Espanha, pelo visto. Em todo lugar tem. E aspasgos frescos cozidos. Por fim, um prato típico basco cujo nome eu esqueci (e olha que perguntei duas vezes!), mas era de bacalhau desfiado com molho de tomate e estava uma delícia. Este detalhe sim, inesquecível.
À tardinha, fomos a uma visita guiada à Catedral em Vitoria, que está em obras. Ela está há séculos se entortando toda e estão dando um jeito de pará-la e mantê-la segura. Não foi à toa que a visita foi feita com capacetes de obra. Perguntei sobre o ingresso e a Ramona disse que não era nada. Ou seja, ela e o marido pagaram para todos. E pagaram comida etc. Mas no final, a Josefa (que maravilha de nomes inventei para essas pessoas!), uma das madrilenhas que me deu carona, deu um jeito de deixar um dinheiro lá em nome de todos e eu paguei para ela a parte que me correspondia.
Depois da Catedral, fomos a um bar onde havia os famosos pintxos. São típicos dali.
No dia seguinte, fomos a San Sebastián (a sílaba tônica é “án”), onde o casal anfitrião participa de algo que chamam de Sociedad Gastronómica. É tipo um restaurante, mas privado. Existem vários. Esse tinha mais de 100 anos. Cada um tem um determinado número de sócios, que pagam mensalmente para utilizar o local, cozinhar e receber amigos. O pagamento é feito deixando-se o dinheiro dentro de uma urna. Dizem que nunca houve problemas. Para reservar, acho que tem um calendário ou algo assim para marcar o dia em que a pessoa vai usar o local. Aí é comprar as coisas e se dedicar à preparação da comida. A cozinha é aberta, para todo mundo ver, pois não convém eles ficarem “presos” cozinhando, se é um evento social. Ah! E o mais curioso: as mulheres não podem ultrapassar o degrauzinho da cozinha para dentro. Estão proibidas de cozinhar ou mesmo de entrar na cozinha. Mas não estão proibidas de comer! Foi ótimo!
Lá, comemos torradas com pastinhas e buey de mar, que é tipo um caranguejo gigante. Estava muito gostoso. E salada de tomate. Pode parecer trivial, mas os tomates eram da horta do pai da Ramona e eram realmente espetaculares. Fora do comum.
Depois veio uma salada morna de alface, cebola e gulas. Gulas são os filhotes das enguias. Ou seja, são como minhoquinhas. Mas o Joaquín basco me explicou que aquelas não eram verdadeiras. Segundo ele, devido à dificuldade que é pescar esses filhotes, há a alternativa industrial de fazê-las com carne de outros peixes e/ou crustáceos, ou seja, uma “massa” tipo kani, mas em forma de minhoquinhas fininhas. Ele não falou, mas além da “dificuldade” de pescá-las, deve entrar em jogo o fato de serem filhotes e, assim, as enguias correrem o risco de entrar em extinção se continuassem comendo seus descendentes adoidado. Bom, não sei como é o sabor dessas crias, mas os falsos estavam gostosos.
Depois disso, vieram soborosississississímos camarões (gambas)! Estavam realmente uma delícia. Que não me ouçam em Galícia, mas estavam muito mais gostosos! Além do sabor maravilhoso, a textura, a maciez, mmmmm…, estavam um manjar dos deuses. Seguidos de uma chuleta mal passada. Eu comi, mesmo sangrando. Não sou muito fã de carne muito mal passada, mas estava gostoso também.
Para finalizar, café com doces. Como não?!
Foi uma orgia gastronômica, mas eu não me senti pesada. Uma maravilha!
Antes disso, passeamos pela orla e estava fazendo um sol que contrariava as previsões. Só choveu no final do dia, mas foi bom porque assim fomos logo para a casa da Ramona e do Joaquín. Coisa que não gosto muito é esse negócio de tomar algo num bar e, depois, sair do bar e ir direto para outro bar tomar “outro algo”. No primeiro dia, fomos a um bar. Tomamos algo. Saímos e fomos para outro. Tomamos algo. Quando saímos e fomos para o terceiro, eu disse que não queria nada. Ora, bolas! Chega, né?
Então, foi bom ter chovido no segundo dia que, assim, só fomos a um bar e pronto. A Adriana velha se manifestando aqui.
No terceiro dia, domingo, apenas passeamos pelo pueblo deles, que se chama Alegría, o melhor nome para uma cidade! A Josefa estava preocupada com o trânsito e fomos embora para Madri logo cedo, à uma da tarde. Chegamos às 17h. Ah, Ramona e Joaquín ainda prepararam sanduíches para a gente comer no caminho.
Enfim, foi um turismo gastronômico!
É uma delícia ter amigos, não? Antigos ou novos.
Beijos
Sim, Susana! A melhor coisa da vida é gostar das pessoas. Bjinhos,