
Chiqueza nas Cataratas.
Nas duas vezes em que viajei com excursão, de Madri para outro país, conheci espanhóis que, ao saber que sou brasileira, me disseram, animados, que conheciam lugares do Brasil. Salvador, Rio, Pipa, Foz do Iguaçu e Manaus e a Floresta Amazônica eram alguns deles. E eu respondia, um pouco constrangida, que não conhecia nenhum desses lugares. Bom, o Rio, sim, mas, sendo eu de Niterói, conhecer o Rio não é um grande feito. Era quase minha segunda cidade, em muitas etapas da minha vida.
Também não fiquem achando que eu só me movi de Niterói para o Rio, por favor. Esta pessoa aqui que vos escreve já foi muito a São Paulo na infância (cidade dos sonhos para mim e meu irmão nessa fase), Paraty e Búzios, no Estado do Rio… Bom, São Gonçalo também. Bauru, interior de São Paulo, a gaúcha Santa Maria, a capixaba Vitória e a mineira Belo Horizonte. Todas para um encontro de estudantes de Design. E cidades históricas mineiras, como Tiradentes e Ouro Preto.
Mas foi em agosto de 2016, que eu finalmente saí da Região Sudeste para conhecer as famosas Cataratas do Iguaçu, no Paraná. Bom, já tinha saído, quando estive em Santa Maria, RS (óbvio que isto não são risos), mas tinha sido só uma vez.

A entrada ao Parque Nacional do Iguaçu.
Fui de carro, com minha família e claro que fomos parando em outras cidades até chegar, finalmente, a Foz. Ficamos hospedados em um hotel na Avenida das Cataratas, o Canzi Cataratas Hotel. Pode-se pensar que a localização privilegiada implique em valores caros de diária, mas não foi o caso. Estava bem em conta e, dali, podíamos ir ao Parque Nacional do Iguaçu a pé. Melhor impossível!
O Parque Nacional é aberto diariamente, das 9 às 17 horas e, embora possa parecer que não, existem várias opções de passeios lá dentro. Isto não quer dizer que existam valores de entradas diferentes segundo a programação desejada, não. Para entrar no Parque, paga-se um ingresso de 37 reais (se você for brasileiro) ou 50 reais (se você for de algum país membro do Mercosul) ou 63 reais (de você for de qualquer outro país). Crianças de 2 a 11 anos, de qualquer nacionalidade, pagam 10 reais. E maiores de 60 anos, brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil, pagam 10 reais também. Esse ingresso já dá o direito de fazer a Trilha das Cataratas, que é o passeio mais clássico e é o motivo pelo qual as pessoas vão lá, né?

Um nascedouro de arco-íris!
Estando dentro do Parque, todos têm que aguardar um ônibus que leva os visitantes às Cataratas, mas segundo um itinerário que é bom ter em mente. A estação se chama “Trilha das Cataratas” e, quando estive lá, era a quarta parada. Descendo ali, é só seguir o fluxo e o barulhinho bom de água. Em poucos minutos, você verá aquela quantidade imensa de água jorrando por diversos pontos de terra.
São 275 quedas d’água e eu achei realmente impressionante. Nunca tinha visto nada igual. Aliás, morro de medo de gerar expectativa e depois as pessoas chegarem lá e dizerem que não era tanta água assim. Porque esse tipo de coisa acontece. Mas, sério, foi grandioso o que vi. Era muita água, em um movimento ininterrupto, cujo som produzido preenchia o ambiente que, aliás, apresentava muito mais do que água, com uma vegetação muito verde e variada.

A primeira visão das Cataratas!
No início da trilha, existe uma espécie de sacada onde as pessoas ficam, embasbacadas, olhando as quedas d’água e tirando fotos. Também é comum ver uma quantidade considerável de quatis, que são mamíferos naturais dali. Apesar da grande concentração de pessoas, eles não arredam pé daquela muvuca e não se incomodam com as fotos que os visitantes fazem deles. Infelizmente essa interação humano-quati não é nada romântica, já que esses bichinhos estão ali devido à adição que têm aos alimentos de consumo humano. Amendoins, chocolate, batata frita e similares. Então, eles estão ali com um único pensamento: “Será que vou conseguir filar alguma coisa?”

Quatis de boa.
A partir daí, começa a trilha. Pessoas medrosas de trilha, não tenham medo. Digo isso porque a palavra trilha pode fazer parecer que se trata de um caminho difícil. Nada mais longe da verdade. Está tudo muito bem feito e é muito confortável caminhar por ali. O percurso não é tão longo, mas todo mundo vai andando tranquilamente e parando para tirar fotos. Então, acho que fiz o caminho em uma hora. O final vai dar em umas passarelas incrivelmente construídas em cima de uma das bases rochosas por onde as águas passam. A correnteza é muito forte e eu achei impressionante haver aquelas estruturas ali fixadas para a gente passear mais perto ainda das Cataratas.
Agora, a dica de ouro: vá de galochas. Todo mundo leva capa de chuva, mas acaba com os pés ensopados. Eu fui de galochas e, enquanto estava em uma das passarelas, uma moça argentina me cutucou e disse: “Que boa ideia!”, apontando para os meus pés. Olhei para os dela e vi que ela calçava chinelos de dedo. Então falei: “Você também teve uma ótima ideia!” Sim, porque chinelo também é uma boa. Não protege os pés da água, mas evita ficar depois com eles ensopados dentro de um tênis, por exemplo. Ah, era agosto, portanto, inverno. Mas eu dei muita sorte porque estava fazendo sol e a temperatura estava boa. Se estivesse frio, os chinelos seriam uma péssima alternativa.

Uau! É muita água.
Se você quiser fazer, além da Trilha das Cataratas, alguma outra firulinha mais, são oferecidas as seguintes opções: a Trilha do Poço Preto, o Macuco Safari e a Trilha das Bananeiras.
A Trilha do Poço Preto é uma trilha de 9 km que pode ser feita de bicicleta, a pé ou de carretinha. O Macuco Safari é uma passeio dividido em três partes, onde se vai primeiro a pé, depois de carro elétrico e, a seguir, de lancha até as quedas d’água! Fiz esse e adorei! Conto sobre ele em outro post.
A Trilha das Bananeiras é uma trilha de 1,5 km e que pode ser feita a pé ou de veículo elétrico e, depois, de barco, avistando lagoas e passando pelo alto do Rio Iguaçu.
Para essas atrações adicionais, é necessário pagar, mas não na entrada. O local de venda de ingressos para elas está situado em uma das paradas do ônibus. Não me lembro qual e, no site oficial, também não encontrei essa informação. Mas, na bilheteria, eles podem dizer.

Como pode ser tão lindo?
Agora, uns simples conselhos:
*Levar capa de chuva (tem camelôs vendendo umas fininhas na porta);
*Passar repelente de insetos;
*Levar uma mudinha de roupa, caso queira fazer o Macuco Safari na modalidade “molhado”;
*Passar filtro solar;
*Não alimentar os quatis e evitar comer algo perto deles, experimenta só (não experimenta, hein!);
*Ir de galocha (todas as dicas acima são lugar-comum, mas esta é minha!).

Eu, de braços abertos, no finalzinho da passarela.

Detalhe de uma das quedas d’água.

Mais arco-íris. Ai, ai…
Saibam mais:
. Site oficial do Parque Nacional do Iguaçu
. Site do Canzi Cataratas Hotel

Quanta variedade de folhas por metro quadrado!

Um trechinho da trilha propriamente dita. Nível facilissíssimo!

Trevos!
Leiam também, sobre outros passeios meus pelo Brasil:
:: o lado CURIOSO de PARATY ::
:: o lado ABRAÇANTE de TRINDADE ::
:: o lado LARÁPIO de UM MACACO-PREGO ::
:: o lado DISNEYLÂNDIA de CAMPOS DO JORDÃO ::
:: o lado REVIGORANTE da PRAIA DO SONO ::

Foto conceitual.
Que bom rever os meus queridos amigos quatis!
:-) Vou ter que fazer um post com o Jurupinga também.
Foi um dos melhores passeios que fiz.
O Parque é maravilhoso e as Cataratas são grandiosas mesmo, mas do jeito que vc conta me senti lá novamente.
Estou indo pela primeira vez não sei o que levar ó que vou precisar vou sair na quinta-feira à noite que tipo de roupas levar
Oi, Andreia! O tempo agora está bem agradável, eu acho, já que ainda é outono. Dei uma olhada na previsão, é está uma média de 25 graus. Nesta quinta e nesta sexta, vi que vai chover. Se puder, prefira um dia que faça sol. Mas, se não, é bonito também com chuva. Que tipo de roupa? Eu fui de calça jeans e camiseta e um casaquinho. Quando fui, fazia calor. De calçado, levei galochas e achei uma boa escolha. O que levar? Eu aconselho levar capa de chuva (ou comprar lá), repelente de insetos e alguma muda de roupa, caso você se molhe e não haja sol para se secar. Máquina fotográfica também, para registrar aquele visual! ;-) Mas cuidado com a água, que pode danificar a câmera. Bom passeio e obrigada pela visita!