“¿Te apetece ir a la Laguna Negra, en Soria? Es un lugar que está bien para conocer.” Assim me apresentaram à ideia de conhecer essa lagoa.
Procurei no Google informações sobre ela e por que seria esse um lugar interessante. Não que eu seja muito seletiva com relação a isso. Falou “vamos” e “laguna”, para mim já está valendo! Gosto muito de passeios ao ar livre e de contemplar as belezas da natureza. Mas, claro, por curiosidade, deixe-me pegar meu celular, que está tão à mão, e dar uma bisbilhotada no que diz “a internet”.
Minha breve busca me levou a descrições que polvilharam de mistério e nebulosidade a Laguna Negra que se formava na minha imaginação. “Diz a lenda que a lagoa não tem fundo” ou “a lagoa se comunica com o mar através de passagens subterrâneas”. Ou mesmo “há um monstro que nela habita”. Esta última bastante pouco criativa, não é mesmo? Confesso que não cheguei a ver imagens do local e não busquei mais informações sobre ele. Mas a fotografia mental já se havia revelado, com enquadramentos improváveis e detalhes que só eu sabia.
Essa bastante recomendável atração se situa em Soria, província da comunidade autônoma de Castilla y León. O acesso ao lugar é fácil, mas para ir de Soria capital ao parque, todos vão de carro. A melhor solução é mesmo alugar um automóvel ou conhecer alguma pessoa local que o leve gentilmente lá.
Ao chegar ao Parque Natural de la Laguna Negra, havia um estacionamento onde todos os visitantes tinham que deixar o carro. A partir dali, podia-se subir caminhando ou pagar 1,20 € (ida e volta) por um lugar no ônibus público. Caminhando é mais legal! E são 2 km, subindo. Não é nada de outro mundo.
Bom, não é nada de outro mundo, mas eu já estava semi-colocando-os bofes-pela-boca. Não sei se era o calor do verão, naquele final de agosto de 2014 ou se eu, sendo originária de uma cidade ao nível do mar (sim, Niterói!), tinha poucas hemácias para suprir a demanda daquela subida a mais de 1700 metros de altitude.
O fato é que, depois de subir pela estrada, ainda havia uma escadinha. E lá fui eu, degrau após degrau, olhando sempre para baixo, sabe-se lá por quê.
Quando percebi que não havia mais degraus, levantei a cabeça e… Uau!! Que imagem impactante! A lagoa estava ali na minha frente. E verde de uma maneira que eu jamais poderia imaginar. Sinto estragar a surpresa, mas a Laguna Negra, pelo menos no verão, é verde. Verde esmeralda. Nada tinha a ver com a lagoa da minha imaginação. E superou totalmente as minhas expectativas.
Sem fundo? Óbvio que não, tendo apenas 8 metros de profundidade. O que acontece é que a sua vegetação aquática é composta de pequenas plantas que crescem e formam uma espécie de gramado na base, tornando-a bastante turva.
A sua origem é glacial e sabe-se que, no período quaternário, há 2 milhões de anos, um glaciar que se derretia em direção ao vale arrastou os sedimentos que foram se depositando em volta dele mesmo, provocando a retenção da água derretida e dando forma à lagoa. E hoje podemos nos deleitar com essa maravilha da natureza.
No verão ela estava verde. Há quem diga que no outono ela se mostra avermelhada para, no inverno, ser a coisa mais branca e vítrea. Curiosa para ver como é. Quem sabe?
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Amei saber da existência de um lugar tão lindo! Foi uma bela aula! Do jeito que você narra e tb vendo as fotos, dá até vontade de ir a Soria conhecer a Laguna Negra!
Como assim, já acabou o texto??? Adorei, quero mais!!!! E o monstro? E as fotos do outono e inverno? Olha que já deu tempo! ;)
“Musgo? Biólogos, me ajudem!” hahahaha! Na verdade parecem ser líquens de dois tipos, um verdinho e um preto que tá bem visível no canto inferior direito da foto. Líquens são associações de fungos e algas (simbiose em geral obrigatória, um não vive sem o outro!), e pra diferenciar do musgo (planta mesmo!) na maioria das vezes é só ver a textura: se parece “fofinho” é musgo, se parece “durinho” é líquen! (isso no geral, mas tem alguns tipos menos comuns de líquens “fofinhos” também…). Achei esse líquen preto lindo, até tirei uma foto numa trilha que fui, mas não ficou tão bonita como a sua! ;)
Oi, Mayara! Obrigada! Que bom que gostou. Sim, já deu tempo. E não, eu não fui lá no outono e nem no inverno. Vai ficar para o próximo! Brrr…! Nem posso pensar em inverno de novo por enquanto. Sobre o monstro, teria que inventar! :) Puxa, eu tinha colocado líquen, mas mudei para musgo. Me dá um meio-certo, vai! :D Obrigada pelo esclarecimento! Era “durinho” sim.