Desde pequena… Ok, meu 1,60 m não me permite usar tal expressão. Bom, desde criança (agora sim), sou conhecida por pensar muito e falar pouco. Ou seja, sou conhecida por falar pouco apenas, pois se uma pessoa pensa e não diz nada, ninguém vai saber que ela está pensando. Mas, acreditem, todo mundo pensa.
Curioso é que, na minha casa, eu não era conhecida por falar pouco. Ao contrário, sempre fui uma grande tagarela, contando e recontando histórias para o seleto grupo da minha família tão querida. Cheguei, muitas vezes, a competir com a televisão e, graças à magnífica programação da tv aberta, eu sempre ganhava. Mentira. Quase sempre.
Meu pai era espanhol. Minha mãe é portuguesa. Eu sou brasileira de Niterói. Como grande parte da minha família sempre esteve na península ibérica, comecei a viajar com 1 ano de idade, para vê-los e estar com eles também. A primeira viagem, em 1982, rendeu uma estância de 8 meses, durante os quais estivemos alternando entre Espanha e Portugal. Pode parecer improvável, mas eu tenho, nesta minha cabeça, lembranças de alguns momentos dessa época. A fotografia ajuda a perdurá-las e minha mãe sempre foi muito cuidadosa em registrar os momentos mais interessantes desse tempo em que eu era criança.
Em 1986, fomos mais uma vez, porém em companhia de mais uma pessoa: meu irmão que, na época, tinha três aninhos. Foi um ano também de muitas idas e vindas entre Espanha e Portugal. Desfrutando do convívio com familiares queridos, comumente tão distantes geograficamente mas, graças a essas viagens, tão próximos nos nossos corações, mesmo quando estávamos separados por um oceano. Muitos lugares, muitas brincadeiras com a prima espanhola e com as priminhas portuguesas, a vida no campo, a vida na cidade, visitas a museus, a grutas, idas a praias, idas à neve, calor, frio. Foi nesse ano que eu disse a emblemática frase que meu pai fez questão de repetir tantas vezes. Sim, meu pai também gostava de recontar histórias como eu. A famigerada declaração foi: “Eu gosto mesmo é de viajar de avião, dormir em hotel e comer em restaurante.” Toma! A criatura não queria mais nada, não? Ora, vejam só! Felizmente consegui pôr em prática e, muitas vezes, esse singelo desejo infantil!
Sempre me dei muito bem com pessoas mais velhas. Em Portugal, tinha uma tia-avó com quem eu adorava bater papo. Quando eu era ainda pequenina, minha mãe conversava comigo como se eu fosse gente. Assim, normal, gente igual a ela! Acho engraçado, porque muitas outras pessoas, não. Há quem, até hoje, me trate como uma menininha, dada a minha cara de garota de 15 anos. Não posso reclamar. Adoro parecer jovem!
Mas não se enganem. Sou uma velha. Já nasci velha, uma senhora. Acho que, de lá para cá, minha personalidade até rejuvenesceu um pouco, mas continuo com a mesma essência. Comecei a beber aos 30 anos, vê se pode!
Mas isso não interessa a ninguém. Já estou eu de blablablá aqui e acho que, assim, consegui justificar o título deste post.
Adriana, gostei demais da sua narrativa. Gosto do seu jeito cômico, descontraído e por vezes irônico de contar estórias. Parabéns!
Mamãe querida, muito obrigada pelo comentário!
Como não pensei nisso para contar essa minha aventura na França e nos demais paises e lugares que visitarei. Nossa seu estilo de colocar as coisas, de enxergar as coisas é, simplesmente, FANTÁSTICO!!! Muito legal mesmo, vou ler tudo, com calma e tirar daqui dicas para minhas viagens.
Beijos Lindona
E se eu fizer um blog para mim, não é inveja, tá??? é entender que era exatamente isso que eu queria fazer rsrsrs
Lina, muito obrigada pelos elogios! Um dia desses, estava conversando pelo chat com minha mãe e ela disse que estava vendo as suas fotos e comentou que você explica e mostra os lugares com o mesmo entusiasmo que eu. :) Dou força para você fazer um blog! Bjinhos!
Me conte o segredo de lembrar de coisas com 1 ano de idade? chocada!!! bjsss
Hahahahahaha! Acho que foram emoções fortes! Bjinhos, Verônica!