Quem já esteve na área externa do Palácio do Louvre, onde está o Museu do Louvre, deve ter notado uma considerável quantidade de pessoas subindo em uma espécie de “frade” de metal, desses que servem para impedir o trânsito de automóveis nas calçadas. Além de estarem empoleiradas, as pessoas também alçavam um dos braços e torciam a munheca para baixo, deixando a mão em forma de concha.
Vocês são capazes de visualizar a cena? Se não conseguem, não se preocupem pois eu estive lá e fotografei uns quantos exemplos.
O objetivo de tal contorcionismo é fazer com que, no enquadramento da fotografia, a pessoa pareça estar tocando o ponto mais alto da pirâmide do Louvre.
Achei bastante curioso esse empenho que as pessoas tinham em ter uma foto igual a tantas outras fotos de outras pessoas. E não era uma foto banal, do tipo em que simplesmente se está ao lado de um monumento. Não. Era um tal de “chega mais para lá”, “chega mais para cá”, “vê se está bom”, “abaixa mais”… Ufa! Era uma mini-produção que as fazia perder tempo e energia de suas vidas. Suas vidas. Cada um faz com seu tempo o que quiser. Eu, por exemplo, estava empregando meu tempo em fotografar essas poses furtivamente. E agora estou gastando meu tempo escrevendo sobre elas.
Por um lado, é divertido. Brincar com a perspectiva e guardar o momento de quando se esteve no Louvre de maneira clichê, mas bastante representativa. Mas, por outro, é um comportamento de manada que, claro, não faz mal a ninguém também.
Mas não achem que estou criticando essas pessoas não. Tenham certeza! E o que isso importa? Absolutamente nada.