O lado thriller de um lanchinho.

Estava eu tranquilamente dentro de um Starbucks, em Madri, enquanto tomava uma xícara de café (uma piscina de café, cá entre nós) e saboreava um delicioso cookie verde de pistache.

Eu tinha acabado de chegar e a minha intenção não era só merendar, mas também escrever um pouco. Não sei por quê, mas muitas vezes gosto de fazê-lo com o burburinho de uma cafeteria em volta.

Tirei da bolsa o celular e o coloquei em cima da mesa. Tirei a tablet da bolsa também e a liguei para acessar o WordPress. Tudo isso bem sossegadamente.

De repente, escuto uma moça gritar algo que não me lembro, mas que a fazia soar meio desesperada. Acho que ela gritou algo como “¡Que está entrando!” ou “¡No se puede!” O grito vinha do balcão de atendimento. Deduzi que era uma funcionária do estabelecimento.

Depois de, sei lá, 2 segundos, eu olhei para a minha esquerda. À minha direita estava a parede, ou seja, toda a cafeteria existia à minha esquerda. E, quando me viro, o que vejo? Três pessoas juntas. Eram elas: uma funcionária do Starbucks, um senhor alto de meia idade e uma moça jovem. Pensei: “Nossa! A moça do Starbucks não quer deixar um pai entrar com sua filha?”

Por que pensei isso? A funcionária estava de uniforme. O cara vestia roupa social, meio casual. E a moça usava calça jeans, blusa e tinha uma bolsa a tiracolo.

Ah, e eles estavam aparentemente todos tranquilos. Todos juntinhos e meio que rodando, tipo um grupo de pinguins, bem devagar, ali do meu lado.

Depois, à medida que os microssegundos iam passando, me dei conta de que o tal senhor dizia baixinho “Vamos, a la salida.” E, por fim, o bloco de três se dispersou, indo a funcionária para o balcão, e o senhor e a moça para a porta de saída. A moça saiu, mas o tal senhor ficou dentro da loja.

A fachada da cafeteria é toda de vidro e, depois de acompanhar, com os olhos, o senhor indo até a porta com a moça, vi que estava do lado de fora e olhando para dentro, um rapaz com cara de muxoxo e olhar desafiador. A tal moça que havia saído do Starbucks foi ao seu encontro e os dois se falaram e tinham caras de zangados. E foram embora.

Enfim, cheguei à conclusão, de que os funcionários da loja já conheciam a moça que entrou. E essa moça foi certeira na minha direção, já que, quando me virei, estavam os três do meu lado. O que estava acontecendo ali era que a funcionária da cafeteria e o tal senhor alto, que era um segurança à paisana, estavam, discretamente, tentando convencer a moça de sair do estabelecimento. Se ela tivesse entrado para comprar café, ela teria ido ao balcão e não entrado direto loja adentro, para ser parada finalmente do meu lado.

Ou seja, acho que por pouco eu não fico sem meu celular. Que bom que tudo se resolveu tranquilamente.

8 pensou em “o lado THRILLER de UM LANCHINHO

  1. Barbara Novaes

    HAHAHA geeeeente, eu me senti naqueles filmes que tu acha que tá sabendo legal o que tá rolando e quando você menos espera a história teve um plot twist e jogou na sua cara que tudo o que você acha que era verdade não era HAHAHA altas emoções!

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