Ocorre que, mais de mil anos depois da construção do templo, visitantes gregos chegaram ao local e atribuíram a existência das duas estátuas gigantes ao rei etíope Mêmnon, personagem mitológico que ajudou o rei de Tróia a combater os gregos.
Mas, na verdade, as duas singelas figuras de 18 metros de altura e 1300 toneladas são a representação do faraó Amenhotep III, que governou de 1390 a 1352 a.C. Não sei se é apenas coincidência, mas a palavra Amenhotep se parece um pouco com a palavra Mêmnon.
As estátuas eram uma espécie de apresentação na entrada para o templo funerário desse faraó. E cadê o templo? Sumiu, praticamente.
Aquele ponto do Egito fica em área de inundação do Nilo. E também sofreu muitas tempestades de areia. Não preciso dizer que, de tanta água, areia e vento, o templo passou um mau bocado. Tanto foi que ele não resistiu. E os colossos estão lá ainda, impávidos, embora bem caidinhos. Têm mais furos que uma peneira. E as pombas, essas danadinhas resistentes a qualquer intempérie, têm feito a festa ali. Imaginem morar num prédio em forma de faraó. Pois essa é a vida das pombas de Lúxor.
Visitei os colossos no primeiro dia de excursão. Foi o mesmo dia em que estive nos templos de Karnak, Lúxor e o templo funerário de Hatshepsut. Afinal, todos estão relativamente perto e o navio do cruzeiro estava atracado lá em Lúxor. Como já contei em outro post, acordei cedinho. Às 5h da manhã, para ser mais exata.
Chegamos ao local dos Colossos por volta das 15h. Eu já tinha conhecido três templos e aprendido muito sobre o Mundo Antigo. O dia rende nessas excursões! No entanto, já estávamos um pouco atrasados. Não me lembro bem por quê, mas o navio em breve deveria partir. Por isso, a visita aos Colossos foi relativamente rápida, em comparação com as demais.
Como o templo de Mêmnon estava — como diria? — ausente pelos motivos já citados, só havia as duas estátuas mesmo para serem contempladas. Foi um misto de decepção e de alegria ao chegar lá. Decepção porque não havia nada que restasse do templo. E alegria pelo mesmo motivo. Eu estava azul de fome, vermelha de calor e doida para descansar em algum lugar com sombra e almoçar.
Mas não sem antes registrar aquele momento com uma fotografia. Fotografia onde apareço felicíssima por estar ali com os Colossos e por já estar perto da hora de voltar para o navio e repor as energias de um dia cheio, interessante e produtivo.
Leiam também e formem o quebra-cabeça da minha viagem ao Egito:
:: o lado GONÇALENSE do EGITO ::
:: o lado TRANSFORMISTA de HATSHEPSUT ::
:: o lado ATUAL do NILO ::
:: o lado MOVIMENTADO de ABU SIMBEL ::
:: o lado ENGARRAFADO do CAIRO ::
:: o lado MALUCA da ADRIANA ::