O lado incomum de Meteora

É mesmo de tirar o fôlego!

Quem gosta de paisagens incomuns de tirar o fôlego pode deixar de ir a Meteora sim. Mas perderá uma grande oportunidade de ser testemunha de um deslumbrante conjunto de rochas que soberbamente parecem se erguer de um vale, na região da Tessália, na Grécia.

Meteora significa, em grego, “suspenso no ar” e, de fato, tinha pedregulho ali que desafiava a minha percepção visual. Algumas rochas menores pareciam estar equilibradas em rochas maiores e nas mais esdrúxulas posições. Juro!

A teoria mais aceita sobre como se formou Meteora sustenta que ali, naquele vale, havia um lago que acumulava sedimentos levados por um rio. Devido à movimentação das placas tectônicas, a água do então lago escoou para o mar Egeu, fazendo aparecer o conjunto de rochas formadas pelo acúmulo desses sedimentos trazidos pelo antigo rio. Terremotos, chuvas e ventos ajudaram a esculpir essas belezas.

Pelas fotografias que eu fiz, dá para perceber que existem ranhuras em muitas das rochas, principalmente as maiores. Essas ranhuras são cavernas e esses habitáculos naturais, por volta do séc. XI, começaram a atrair olhares de ermitãos bastante obstinados para o meu gosto, que subiram os rochedos a fim de alcançarem um lugar onde meditar e ficar mais perto de Deus. O lugar era perfeito para o que eles queriam. Isolados de tudo, passavam o resto da vida lá. Até porque a dificuldade em subir as rochas era uma coisa de louco. Já que subiu, fica logo aí. O bom era isso também: não era qualquer curioso que iria parar lá em cima e perturbar o sossego dos ermitãos.

Uma preciosidade.

Porém, no séc.XIV, mosteiros foram construídos com o objetivo de serem refúgios devido à perseguição aos cristãos por parte dos turcos e dos albaneses. Os mosteiros se proliferaram, chegando a ser 24 no séc. XV. Aos poucos a quantidade foi diminuindo, devido à falta de interesse das gerações seguintes. A Segunda Guerra Mundial também trouxe a destruição de muitos deles e, atualmente, restam apenas seis mosteiros, dos quais quatro estão abertos à visitação. São eles: Mosteiro da Transfiguração ou Grande Meteoro, Varlaam, Mosteiro de Santo Estêvão, Mosteiro da Santíssima Trindade, Mosteiro de São Nicolau e Roussanou.

Vale a pena visitá-los? Sim. Por dentro das igrejas de arquitetura bizantina, podem ser apreciados afrescos realizados entre os séculos XV e XVIII. O valor do ingresso é simbólico, tendo cada visitante que desembolsar 3 euros. De brinde, se tem acesso a umas vistas maravilhosas da região e dos meteoros.

Eu pude visitar dois dos mosteiros, um em cada vez que fui a Meteora. Na primeira vez, em julho de 2013, conheci o Mosteiro de São Nicolau e, em agosto de 2017, estive no da Santíssima Trindade. Achei os dois bem parecidos. Bom, isso segundo o meu entendimento em arte bizantina, não é? Se dispuser de bastante tempo, recomendo sim a visita a todos os mosteiros. Mas, se não, conhecer um já é bom.

No pátio do Mosteiro da Santíssima Trindade. Eles emprestam um lenço grande que serve como saia comprida, caso a visitante mulher esteja vestindo uma saia curta para os padrões deles.

E como chegar? Bom, a primeira vez que estive lá, eu fui com uma excursão, então foi bem simples chegar, claro. Apenas aproveitar a viagem de ônibus de turismo e guia e pronto. Na segunda vez, já foi diferente, tendo ido de carro alugado pela empresa Hertz. A experiência foi bastante boa, contando que houve um pequeno acidente em Corinto, onde um motorista local bateu no nosso carro por trás. O pessoal da Hertz não demorou muito a chegar e a resolver a situação.

Se você gosta de dirigir e normalmente opta por alugar um automóvel, para chegar a Meteora, coloque como objetivo Kalambaka ou Kastraki, que são os povoados ao redor das rochas e onde existe uma boa oferta de hotéis e restaurantes. Ah, e vá com bastante cuidado porque o trânsito na Grécia exige bastante atenção. São quatro horas e meia, saindo de Atenas.

Há outras opções, no entanto, e uma das alternativas ao automóvel é o trem, que eu nunca usei. De Atenas a Kalambaka, o percurso duraria em torno de cinco horas. Outra opção é procurar uma agência e comprar uma excursão. É possível fazer isso em Atenas, por exemplo.

Vista do povoado e de mais meteoros.
Meteora do ponto-de-vista de quem chega de carro.

Links úteis:

–  Hertz: empresa de aluguel de automóveis

–  TrainOSE: companhia de trens

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